AS 10 NOVAS FUNÇÕES do PSICANALISTA no SECULO XXI
Postado em 31/12/2013

 AS 10 NOVAS FUNÇÕES do PSICANALISTA no SECULO XXI

(Artigo compilado com os principais psicanalistas da Europa – América – Mercosul)
O PSICANALISTA como: 1-PSICANALISTA – 2-TERAPEUTA – 3-MEDIAÇÃO DE CONFLITOS – 4-DROGADICÇÃO – 5-TERAPIA FAMILIAR – 6-TERAPIA COMUNITARIA – 7-COACHING – 8-COUNSELING – 9-MENTORING – 10-TERAPIA INTERDISCIPLINAR.
A FUNÇÃO DO PSICANALISTA como:
1- O PSICANALISTA como PROFISSIONAL da ESCUTA: 
Aquele que é especialista na escuta. O psicanalista não só se define como aquele que escuta o sem-sentido do discurso e aponta ao desejo inconsciente sem pretender devolver ao analisado a normalidade do sentido comum, ou da moral, ou da adequação ao meio social. Que haja um psicanalista é a primeira operação da psicanálise. O psicanalista é um lugar que deve ser criado em cada cura. 
2- O PSICANALISTA como TERAPEUTA de CURA: 
A psicanálise não cura como a medicina. Cura vem de curare, cuidar, cuidado, solicitação de sanar. A cura analítica não é nos termos do discurso da medicina, por isso alguns falam que a psicanálise não cura. Miller afirma: “Não sei quem disse que a psicanálise não cura, seguramente não foi Lacan. O que ele disse é diferente: se o analista toma como finalidade da experiência analítica “curar” não irá logra-lo.” Freud alertava ao analista que sua função era outra que a do médico.  Miller dizia que tanto o sintoma como a cura estão fundados sobre uma auto-avaliação do sujeito, por isso os critérios de cura na análise dependem da palavra do analisante.  Desejar o bem do paciente. A lógica do desejo de curar tem como premissa o conhecer qual é o bem para o outro. A psicanálise despontou no impasse da medicina e em 1922 Freud apontava “A psicanálise na sua origem conheceu uma só meta: compreender algo da natureza das enfermidades nervosas chamadas funcionais, a fim de remediar a impotência em que até então se encontravam os médicos para seu tratamento. Com relação ao fator psíquico não atinavam em fazer nada, o abandonavam aos filósofos, místicos e … curandeiros (…)”. Desde sua origem, a psicanálise utilizava métodos que transitavam caminhos heterogéneos ao da terapêutica médica, hoje poderíamos dizer que já se intuía a INTERDISCIPLINARIDADE da função do psicanalista. Este caminho do psicanalista, hoje passa pela filosofia, sociologia, cibernética, física quântica, prospectivismo e até pela teologia. Por que não? Freud era categórico, não se tratava de impor uma cura baseada numa proposta adaptativa se não a de abrir ao sujeito a dimensão da sua verdade. Qual é essa dimensão? Do emocional, mental, físico e espiritual.
3- O PSICANALISTA como TERAPEUTA DE MEDIAÇÃO DE CONFLITO:  
A FUNÇÃO DO PSICANALISTA COMO MEDIADOR - A mediação é uma intermediação que supõe a articulação entre distintos espaços -psicanalítico e judicial- entre distintos sujeitos - os ex- cônjuges e entre distintas opções - o litigio e o conflito -. A MEDIAÇÃO implica a construção de um espaço de “terceiridade”, o espaço simbólico do que a Lei é o organizador básico. Este não deve confundir-se com nenhuma das partes senão que, citando a Kaës, deve servir de "ponte sobre uma ruptura mantida"... "de passagem, de repetição transformadora, de criação". A MEDIAÇÃO implica a construção de uma ponte a um novo espaço lógico que não seja o da disjunção (ou um ou outro) senão o da conjunção (um e outro).
4- O PSICANALISTA como TERAPEUTA DE DROGADICÇÃO: 
O METODO PSICANALÍTICO DE TRATAMENTO DA DROGADICÇÃO – Trabalha na Prevenção, tratamento complementar da Drogadicção. As toxicomanias e o alcoolismo permitem ao sujeito conseguir uma supressão daquilo que lhe resulta intolerável. A rejeição do inconsciente que “carrega” leva o sujeito a ter serias dificuldades na vida. O caminho do desejo encontra-se minado. É neste ponto que o analista pode, a partir da sua nova função, leva-lo a outro porto. A eficácia da psicanálise radica em que a função do analista situa-se precisamente nas antípodas da função do tóxico. O analista esta para devolver-lhe ao sujeito essa confiança no inconsciente que lhe permita fazer-lhe frente ao real que o determina.
A relação entre as drogas e o silencio nos permitirá interrogar varias questões. Por um lado aquelas coisas que as drogas silenciam: os conflitos que o sujeito só logra evitar, encobrindo-os. Aplastando-o com um gozo do qual não diz nada. Por outro lado estamos ante uma forma de satisfação que está associada ao silêncio da pulsão de morte. Algumas abordagens terapêuticas destes casos não fazem mais do que duplicar esse silencio.  A psicanálise propõe, entretanto, um retorno à dimensão da palavra. Procuraremos fazer inteligíveis quais são as questões das que nos fala, apesar sujo, o sujeito intoxicado; e também aquilo que, com as drogas, procura fazer calar.
5- O PSICANALISTA como TERAPEUTA FAMILIAR: 
A PSICANALISE NA FORMAÇAO DE UMA NOVA GERAÇAO - Terapia Familiar com base psicanalítica é um tipo de terapia que se aplica a casais ou famílias, onde os membros possuem algum nível de relacionamento. Podemos assinalar que a terapia familiar é uma terapia que assiste aos casais e famílias para promover seu desenvolvimento. Também pode ser conhecida como terapia de matrimonio, quando é focalizado nas relações íntimas.
Um dos principais objetivos da terapia familiar é transformar a crítica destrutiva que uma familia tem a respeito a seus conflitos numa crítica construtiva, que permita modificar os padrões negativos de conduta. A terapia familiar baseia-se num enfoque sistêmico, que considera a família como um sistema cujos membros mantem inter-relações. Quando um dos membros tem um problema, o resto também sofre as consequências. Por outra parte, os demais podem ajudar na solução. Considera-se que a família como um todo é maior do que a soma das partes.
6- O PSICANALISTA como TERAPEUTA COMUNITÁRIO: 
A função do psicanalista nas Instituições Assistenciais – (Re)unir pessoas. Trocar experiências. Participar de vivências. Expandir conhecimentos e pontos de vista sobre emoções que todos nós sentimos, através de ações de inclusão social e diversidade cultural. Esses são alguns dos objetivos da Terapia Comunitária. A Terapia Comunitária é caracterizada por um espaço de convivência social. Representa uma oportunidade das pessoas buscarem – e encontrarem – uma rede social de apoio. Isto, independente de idade, classe social e nível de instrução. Trata-se de encontrar um grupo social de acolhimento. As vivências terapêuticas são baseadas em partilhar emoções que fazem parte da vida de todo ser humano. Muitas vezes, uma pessoa pode apoiar outra por ter vivenciado e encontrado solução para os mesmos problemas e pode também ser ajudado simultaneamente, uma vez que o problema do outro pode ser semelhante ao seu. O resultado terapêutico é atingido de forma individual, mesmo diante de histórias e narrativas compartilhadas, pois todo participante sente e percebe de acordo com suas vivências pessoais. A presença e participação do outro é importante e é o referencial de apoio e das diferenças culturais. A cada encontro, é possível também observar o resultado coletivo, através das construções e produções do grupo, durante o processo de terapia. 
7- O PSICANALISTA como ASSESSOR COACHING: 
O coaching é um treinamento que tem como finalidade desenvolver o  potencial latente das pessoas, de forma metódica estruturada e eficaz. 
No Coaching ou processo de treinamento personalizado e confidencial cobre o vazio existente entre o que es agora e o que desejas ser. O Coaching para aprender a viver melhor te assinala as situações e aspectos que não podes ver e te dá ideias para melhorar tua maneira de desenvolver-te,  enquanto que ao mesmo tempo desperta em ti a motivação para evoluir e ser o melhor possível. O Coaching é uma técnica de desenvolvimento  ou crescimento pessoal que por meio de simples exercicios faz que entre outras coisas te enfrentes a teus medos, sentimentos de dor, depressão, solidão, ressentimentos, frustrações e aprendas a ter confiança em ti mesmo e nos demais. Te ajuda a desfrutar da alegria, vitalidade, curiosidade, determinação, motivação e paixão em viver.
8- O PSICANALISTA como ASSESSOR COUNSELING: 
O Counseling é uma profissão de ajuda que tem como objetivos fundamentais a prevenção, a mudança e o desenvolvimento pessoal. Sua tradução oficial é "consultoría Psicológica", e se caracteriza por tarefas de assessoramento, orientação e acompanhamento, além de aconselhar, a pessoas em situações de crise ou conflitos e em suas buscas do bem-estar e sentido.
Diferenciando-se do que normalmente conhecemos como "terapias" pelo fato de que seu foco não é a enfermidade, nem o patológico, senão a saúde e a vida plena. 
9- O PSICANALISTA como ASSESSOR MENTORING: 
Mentoring é o oferecimento de conselhos, informações  ou guia que faz uma pessoa que tem experiência e habilidades em beneficio do desenvolvimento pessoal e profissional de outra pessoa>  HARVARD BUSINESS ESSENTIALS “ Coaching y Mentoring” 
< O Mentoring consegue o desenvolvimento da potencia interior dos individuos que provem dos comportamentos baseados em valores, a agilidade mental e a criatividade junto com uma excelente gestão do conhecimento, o assumir riscos, a capacidade de resolução de problemas, a paixão pelos resultados da atividade empresarial e a capacidade para criar equipes>  Jose Miguel Martinez. Na Psicanálise, o Mentoring é desenvolvida na abordagem da Psicanálise Prospectiva: Analisar, prever, criar cenários futuros para o cliente.
10- O PSICANALISTA como TERAPEUTA INTERDISCIPLINAR: 
A função do psicanalista nas Instituições Interdisciplinares - A LEI 11.340/06, conhecida como Lei MARIA DA PENHA prevê no Artigo 29º. O atendimento MULTIDISCIPLINAR. A formação do psicanalista embasa uma atuação multi e interdisciplinar envolvendo desde a visão analítica até a de orientação e direcionamento.  
 

Prof. DIONISIO FLEITAS MAIDANA
Psicanalista – Filósofo – Terapeuta

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