ALQUIMIA 3M, Uma RELEITURA da ALQUIMIA para o 3° MILÊNIO.
A ALQUIMIA 3M, isto é, ALQUIMIA do TERCEIRO MILÊNIO. Ao longo do tempo foi não somente uma teoria, mas uma prática e todas as áreas do conhecimento humano. Tanto nas religiões como na filosofia e mesmo nas sabedorias das comunidades mais longínquas através da historia. A alquimia na historia humana ocupou grande parte da preocupação fundamental. Existe uma palavra singular como símbolo da alquimia: ATANOR (TANUR, Heb) (Forno-lar-braseiro-fogão). Aparece no Gênesis 15.17, quando Abraham fez o primeiro pacto e sacrifício a Deus. No dicionário, ATANOR seria o cadinho, símbolo da alquimia, das mutações físicas, morais e/ou místicas. Para os alquimistas, o atanor, onde se opera a transmutação, é uma matriz em forma de ovo assim como o mundo o é, um gigantesco ovo, o ovo órfico que se encontra na base de todas as iniciações, tanto no Egito como na Grécia; e do mesmo modo que o Espirito do Senhor, o Ruaj Elohim, flutua sobre as aguas, assim também nas aguas do atanor deve flutuar o espirito do mundo, o espirito da vida, para apoderar-se do qual. O alquimista deve ser bastante hábil e sábio. O forno de fusão, ou de atanor, é o instrumento mais característico de um laboratório alquímico.
ALQUIMIA 1º. MILÊNIO: A ALQUIMIA DO ATANOR
ATANOR é uma palavra hebraico-aramaica (tanur) que significa historicamente um forno alquímico. A primeira menção da palavra Tanur foi quando Abraham fez o pacto com o Deus IAVEH. Este período seria a Alquimia 1M que iria até os feitos do Meshiaj. No ATANOR, Abraham conseguiu realizar o Pacto com Iaveh conseguindo assim o novo Futuro, a posteridade alquímica. Vemos aqui o fundamento da hermenêutica que direciona as pesquisas da ANPC. Mudança de Futuro. Transmutação do Futuro. Criação do Futuro.
Logo podemos concluir que “alquimia”, não é apenas uma palavra, uma ciência, um arquétipo, uma postura humana, como símbolo da Criação e/ou mudança do Futuro.
Jung utiliza nas entrelinhas como base da nova alquimia proposta no Livro Vermelho.
ALQUIMIA 2º. MILÊNIO: A ALQUIMIA DA GNOSIS
Desde os alquimistas de Alexandria até a Idade Moderna. Compreende os grandes mestres como Hermes Trimegistro, o Corpus Hermeticus de Alexandria, Paracelso, Francis Bacon, Tomas de Aquino, Fulcanelli, Nostradamus, Isaac Newton e Albert Einstein.
ALQUIMIA 3º. A ALQUIMIA COMO SOLUÇÃO HOJE
Começa com Jung e a Física Quântica até os próximos anos. A Física Quântica, com a fusão e a fissão dos átomos, provou a antiga formula da Alquimia: “... de tudo nada e de nada tudo”.
Hoje pesquisamos os textos dos Essênios, a Bíblia Hebraica – O Tanach (VT) e o Hajadashah (NT), a Kabbalah Essênica, a Física Quântica e atualmente as pesquisas profundas realizadas por Jung contidas no Livro Vermelho. Toda essa literatura embasa a nossa Teoria e Prática da Alquimia na ANPC. A pergunta seria: Por que a Alquimia é necessária hoje?
Falemos então do ATANOR. O mesmo atanor simbólico do passado numa contextualização atual. O ponto áureo do qual deve partir é o prospectivismo a partir de 2012.
Todo mundo parece estar com medo de 2012 e não faz nada. Começa “o segura quem puder, corre para lá e corre para cá”. Todo mundo parece ter a perspectiva do fim sem perspectiva do recomeço.
O prospectivismo impulsionado através da alquimia vem como balsamo no sentido de oferecer não o fim, mas o fim de uma etapa, o reinicio de outra etapa como um MATEMA DE SUPERAÇAO lacaniano. Por esse lado da superação, supera-se o quê?
-Supera-se a fraqueza humana diante do fim. -Supera-se a própria superação. O que é isso?. -É como se tivesse um buraco, você olha para dentro do buraco, você tem que pular dentro do buraco, não tem outro jeito, porque até então só consegue ver o buraco. O jeito é pular dentro do buraco sem ter nenhuma intenção nem de morrer dentro do buraco nem de ficar dentro do buraco, vai porque não tem outro jeito.
Lá dentro tem dois aspectos: ou você morre ou você busca dentro de você mesmo o seu ATANOR, a força que nunca usou e que daquele momento de desespero aprende a usar: é o Matema da superação.
Porque até então, todos viviam diante da perspectiva de um futuro brilhante. Tecnologia, produção, etc. só que estamos chegando ao fim da linha e percebe-se que só isso não é o bastante.
A saída seria a alquimia. O atanor revivido e reinterpretado à altura do nosso tempo.
A questão não é só física, viveu-se no físico. Também não é só emocional, viveu-se o emocional. A questão também não é só mental, viveu-se uma fase mental. Ninguém se preocupou com o espiritual. Surge então uma onda de preocupação pelo espiritual, seria o “espirito alquímico”. Um anseio de mudança profunda, mas percebe que não há nenhum desejo de desapegar-se do que trouxe no físico, do que aprendeu a amar no físico, nem desejo de desapegar-se das ideias que preparou para o físico, mental e emocional. Diante da falta de condição de vivenciar o espiritual. Morre.
Aqueles que tiverem a noção de que aquilo tudo é profundamente errado, e se entrega para o espiritual, ao seu atanor simbólico, supera.
AS DUAS CLASSES e o ATANOR
Existem duas classes: 1-A classe dos desesperados que se sentem perdido mesmo e vai se entregando, e na fala de Fromm, fogem para o vicio, miséria, alienação, violência, etc., para esta classe é a derrota, o fracasso e a miséria. 2-Tem a classe dos que não tem outro jeito a não ser acreditar em alguma coisa nova.
Estes que juntarão os trapos e irão acreditar em alguma coisa, vão se subdividir em mais duas classes: -Aqueles que vão conseguir. -Aqueles que ficam no meio termo tentando conseguir, aqui entra o MATEMA fundamental da SUPERAÇAO. E dentro deste matema da superação surgirão e surgirão outras classes.
Um ponto fundamental da classe da superação será um novo patamar mais selecionado procurando a espiritualidade que até então não tinha, mesmo que essa espiritualidade seja ligada a terra.
O ser humano tem que reconhecer que ele é limitado. Seu físico é limitado, seu emocional é limitado, seu mental é limitado. O que não é limitado é seu espiritual.
E justamente como o espiritual não é limitado foi que o ser humano não o buscou. Porque para buscar tem que haver entrega. Mas como não se é capaz de abrir mão do que já conseguiu, não buscou.
Dos cem por cento, a metade exasperou-se, produziu e produziu e chegarão ao final e perceberão que não tem. Dos que já falei. Da outra metade como teve a superação financeira profunda, porque o dinheiro comprou tudo até então, vai perceber que tem que dividir. Nesta metade tem alguns que querendo ou não se preocupam com a espiritualidade, e que passarão por um instante em “contrição”, até porque a espiritualidade praticada não era a espiritualidade do céu e da terra, sendo só da terra. Como essa metade vai superar? Procurarão querendo ou não a humildade interna que acessaram por algum momento para a superação no passado, e só conseguirão realmente se superarem diante da sua própria miséria da humildade que não tiveram. Assim, conseguem emergir. A outra metade, serão a classe dos futuros miseráveis que tiveram o poder, abusaram do poder e não souberam usar o poder. Por que usaram o poder egoísta.
O poder não pode ser só para si, precisa ter a visão social. A historia da filosofia celestina em que só ficou sugando e sugando e agora está esvaindo-se. E para serem preenchidos, vão ter que mostrar o que eles vão fazer. O que eles têm para oferecer. Ele não tem nada para oferecer. Porque só receberam.
O PROSPECTIVISMO e o ATANOR
No prospectivismo, a futurologia aplicada cientificamente, parte de duas correntes filosóficas: O Prospectivismo Francês e o Prospectivismo Americano.
O prospectivismo que nasceu na França nos anos 60, analisa o presente e cria “cenários futuríveis” para construir o futuro a partir do presente.
O Prospectivismo Americano analisa o presente e prevê “cenários futuristas” e usa o poder para manter no futuro do que está ai. Analisar hoje quem são os inimigos para se prepararem para matá-los e assim continuar no poder.
Existe uma terceira opção. Apesar de que ninguém possa entender direito, será proposto. Está baseada na “alquimia 3m”. Nem A nem B, seria o terceiro C.
A Prospectiva francesa é analisar todas as possibilidades do social, político, econômico para criar e/ou construir o futuro. Nesta questão, o ponto maior seria como se se projetasse um futuro a ser construído.
A terceira é o “prospectivismo messiânico”. A alquimia do atanor. Não preciso analisar para guardar, vou viver essa analise, não preciso guardar, só preciso acessar. Vou criar/construir o futuro no “espirito do atanor”.
Na prospectiva messiânica não se constrói, ele é certo. Desde que você faça o dever de casa como tem que ser feito. É o “atanor” de Abraham.
Mas aqui surge um problema, se digo que está lá e só preciso acessar, pode surgir “n” religiões, entidades que acessam espíritos e arquétipos numa banalização profética. Deve se analisar tudo, todos os setores, ideais, buscando caminhos e “criar/construir” o evento futuro, o futuro, e ter a certeza de que está lá. Posso depois acessar porque está lá. Mas porque está lá? Quais os elementos analíticos que uso para ter certeza de que esta lá? A postura francesa não diz que está lá, vai construir lá, mas se digo que está lá. E ai? Como fica?
Eis o segredo da filosofia alquímica. “Estar lá” é baseado na sua certeza da criação feita, construção de que você está construindo e está tendo todo o foco para que ele esteja lá. A certeza. A assertividade.
Porque até então a corrente francesa analisava como vai se preparar para ter lá. Esta visão é a mais humana. Social. A corrente americana é a visão egoica, “preciso manter o que tenho - não me interessa o cenário futuro para o outro - o que me interessa é manter-me no poder amanhã”.
“A visão da Alquimia 3M, que estamos apresentando aqui, é o prospectivismo do atanor” seria a síntese dos dois anteriores com a postura do ATANOR.
1-Vou me fortalecer hoje para que o inimigo não entre (prospectivismo americano) e me preservar e me colocar lá.
2-Vou utilizar do prospectivismo francês em todos os aspectos do que preciso.
3-Vou “pactuar no atanor” e ter certeza de que está lá.
Então terei as duas lá. No sentido de assegurar e preservar e no sentido do foco que preciso ter no social.
“À tua posteridade darei esta terra” (LZARACHA NATATI ET HÁ’ARETZ) dizia Iaveh a Abraham diante do “atanor” fumegante. ZARA significa “semente – sêmen – pepita – posteridade – semeado - plantado”. Sem dúvida refere-se ao Futuro que tanto Abraham sonhou e que diante do “atanor” estava sendo “criado” (BERIT). Era a primeira alquimia na historia.
Podemos então preparar-nos durante 2012 para chegar a isso. Aqui entra um componente de desespero. Ninguém tem a noção do nada. O olhar e criar o “futuro” será para a minoria. Uma minoria de publico cada vez mais seleto. Para onde toda forma da intelectualidade estará voltada. Voltada para a corrente A (prospectivismo francês) ou para a corrente B (prospectivismo americano). Ao propor a corrente C (propectivismo messiânico), entre a A e o B que estarão disputando, haverá quem fica do lado A, preparando-se para lutar contra os inimigos e fazendo muros de proteção ou focalizando o social, vendo o que pode tirar. Entre essas as classes será construído a classe C. A classe C será o renovo do A e do B.
Para a psicanálise prospectiva será necessária ter conhecimento da psicanálise integrada. De tudo um pouco para construir o novo.
Imagine um fogo que estava para ser apagado e estava intermitente a ponto de se apagar. Assim será toda a estrutura das pessoas. O fogo não tem outra opção: ou apaga ou acende. Alguns irão preferir sumir, apavorado e entrando no caos total. Outros tentarão acender o fogo. Esses que tentam acender o fogo são os que buscam a terapia, consultório, mas não será mais para resolver. Será apenas para manter-se. Porque ninguém sabe mais o rumo a tomar. São as pessoas que querem tudo e não fazem nada e aqueles que não fazem nada e querem tudo, começarão a despertar do sono.
É o processo de seletividade absoluta em que as pessoas estarão passando pelo ralo e o rolo compressor. Mas há possibilidade de superarem. Há também os que ficarão para trás e ficarão eternamente gritando por socorro. Tentarão passar pelo caminho por onde já passaram e deram certo. É como se quisessem repetir a historia do passado. Passam a vivenciar de novo tudo aquilo, mas no meio do caminho desistem, até por não ser prospectivo, apenas é para se manter. Não têm mais noção. Os que detêm o poder tentarão segurar o poder porque o poder está ameaçado. Os que não detêm o poder terão a visão do poder visionário e irão correr atrás dele. E os que experimentaram o poder e perderam, entrarão em colapso.
O que se fala de manhã, de tarde já não pode mais. Ao meio dia já muda, de acordo com a situação que tem que direcionar. É o momento em que o gigante acorda, mas acordará em pânico. Em cima desse pânico será costurado tudo. Até daqueles que irão explorar essa situação.
Cada vez mais, o mundo, a vida, as pessoas, as forças que quiseram sobrepor, abrir cratera, retirar, reviver, o que tinham que fazer já teria feito e estão nos últimos estertores, porque passaram pelos três processos: O primeiro processo da mansidão, do recuo. O segundo processo da explosão, o que tem que ser e o que tem que fazer. Agora estará no terceiro processo do encolher. O que explodiu, já explodiu e o que não explodiu já não se tem noção.
As pessoas vão se apegar é o que seria “a honestidade”, “do amor”. A moral vem à tona. Mas é a moral falsa, a moralidade sem embasamento. Sem vivência. Exige-se, mas não se é.
As pessoas estão acuadas. É como se quisessem ouvir uma verdade diante do espelho que é só para ela. Não quer dividir com o outro. Elas já não querem ouvir a verdade diante das pessoas. Cada corre atrás de um mundo que lhe vai assegurar uma harmonia que sempre buscou e nunca teve. Que buscou no dinheiro e não achou. No sexo e não achou. Que buscou nos projetos e que não conseguiu concretizar e não achou. Um tipo de caos pessoal interno e profundo.
É como se todo o movimento do mundo, até da atmosfera terrestre fizesse com que o homem se voltasse internamente. Tipo: Eu gritei e você nunca quis fazer uma faxina, e agora queira ou não terá que fazer essa faxina.
O homem sempre foi externo. Sempre quis jogar tudo para fora. Jogava e pegava. Agora é o momento de ver o que é o externo, o que é bom jogar para dentro. Mas, a questão é que lá dentro, não cabe mais nada. Porque é ele que tem que entrar lá dentro, não são as coisas externas. Então o ser humano cai num processo de introspecção pessoal profunda, de subdivisão de mundos profundos. Um tipo de esquizofrenia exacerbada. Internaliza-se e percebe: De que adiantou todo isso? Terá que se reinventar. E nesse processo de reinvenção, só consegue sair do interno reinventado, ligando-se ao plano espiritual. A opção será a tela. A tela do computador, da TV, o companheiro cibernético e pronto, acabou.
É como se fechasse diante do seu próprio mundo. Este será o primeiro momento. No segundo momento perceberá não ser suficiente. Assim começa um tipo de sociabilização diferenciada. Tipo: Eu vou, mas o que eu recebo em troca. Mas perceberá que receber em troca também não tem. Então ficarão por ali perambulando. Nessa altura, cata aqui, cata ali e assim vai.
E aqueles que olharam pelo espelho maior, tentarão se impor sobre os outros e tirar o dele. Não existe o social em que as pessoas não tirem o deles. É o erro da questão. Ninguém se doou para o social com o valor e a visão do social. A lógica é: eu te dou, mas eu quero. Hoje está tudo muito transparente. Todos esses movimentos empresariais de investir no social, na realidade consistem em se imporem e tirar proveito dessa onda. Não existe uma implantação do social. Existe uma mascara. O que sobrou do meu almoço, como vou jogar fora mesmo, posso encaixar ai, e desse lixo posso tirar o luxo. Esse era a visão do social.
Só que agora, quem recebe também de certa forma, criou o luxo dele. O receber. Então vai fazer conta de que seja certo. Ai está a moral. A falsa moral. Já há uma consciência disso. Essa é a linguagem do momento. É como se ainda estivesse varrendo a casa interna. Na varredura da casa, o lixo foi colocado para fora. Então, o dono da casa vai perceber que não ficou com nada, então precisa internalizar. Fecha-se na sua casa e descobre que não tem nada. Então começa de novo buscar lá fora. O que ele vai buscar lá fora, não está lá fora, está dentro.
Prof. Dionisio Fleitas Maidana
Filósofo – Psicanalista - Teólogo